DE NINAR

poema de Leila Guenther





CHOMSKY DE NINAR


ainda preciso que me cantem uma melodia quando há tempestade
ou que me leiam uma história à noite quando faz escuro

(ainda preciso desesperada e urgentemente que me deem a mão no pesadelo
[quando passo pelo corredor polonês de homens com fome) 

uma canção que se possa assobiar dentro da cabeça durante o fim do amor
uma fábula que se possa guardar como um amuleto durante o fim do mundo

que me lembre quantos somos sobre a terra 
e que seremos para sempre um debaixo dela

depois de 2017 anos
ainda preciso de sua voz antiga e grave
do pai que não conheci:
abrigo de palavras contra o medo
cantiga a embalar os sonhos
(se eu dormisse)



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